quarta-feira, 21 de março de 2012

O país está a meio de uma travessia difícil. Evoco Camões que dizia que já antes passamos «por mares nunca dantes navegados».

A situação de pré-falência em que o PS deixou o país não pode ser esquecida. Os erros de uma governação esbanjadora – e alegadamente criminosa – pagam-se. E o preço é alto.
Uma das reformas inevitáveis é a da Administração local. Todos sabemos os custos e o desperdício financeiro que este modelo obsoleto gera. E claro, cada um reage de acordo com a sua visão sobre o assunto.

Meus amigos, há três reacções diversas, distintas, de reagir a uma onda reformista e de modernização:

1. Há quem tenha medo de reformas na justa medida em que essas reformas atentam contra interesses instalados. Há quem tenha poleiros a assegurar – para si e para os seus.

2. Depois há aqueles que deveriam ter uma visão moderna do Estado, mas continuam a pensar de forma antiquada e não adequada à realidade e à modernidade. Ainda contam pelos dedos.

3. Depois, há aqueles que fazem um aproveitamento político desta situação, cavalgando a onda do populismo fácil e da demagogia. É fácil acirrar os ódios e os descontentamentos do povo; o difícil é fazer pedagogia política e mostrar por que razão nem sempre o mais popular é o melhor.

Por isso, denuncio aqui o que considero ser uma instrumentalização despudorada da emotividade do povo, numa tentativa de se fazer campanha política antecipada, à custa de um processo de reforma que todos os políticos responsáveis sabem que é difícil mas necessário.

Curiosamente, vemos não um Partido político mas sim um seu verador que tem sido incansável na arregimentação de más-vontades contra este processo. Pura instrumentalização e aproveitamento políticos na tentativa de conseguir o que já todos sabem. Um político sério e reponsável não joga a mão a tudo – às vezes faz o contrário: em vez de jogar a mão, abre mão de certos expedientes.

Pois bem, o PSD/Salvaterra desmarca-se desta fobia e folclore políticos. Não achamos que atiçar os ânimos do povo seja recomendável. E na política responsável não vale tudo. Temos a dizer que somos tranquilamente contra uma divisão do município que venha a prejudicar os munícipes, mas somos também contra estre clima de aproveitamento político em favor de agendas políticas pessoais.

E nos momentos certos, nos locais próprios, falamos.